terça-feira, 9 de março de 2010

2ª Turma do STF permite conversão de pena para restritiva de direitos em crime de tráfico de drogas


Caros,
vejam que nem sempre o que está na "lei" é válido!!! Devemos, SEMPRE (e sempre é sempre mesmo!!), fazer a interpretação da legislação infraconstitucional através do filtro constitucional, ou seja, tendo como norte as diretrizes determinadas pelo nosso Constituinte Originário.
Além disso, chamo a atenção dos alunos de Direito Penal I sobre o princípio da individualização da pena, muito bem observado no caso em tela.
Abraços,

Prof. Matzenbacher

PS: quando o acórdão estiver disponível, postarei aqui no BLOG.




2ª Turma do STF permite conversão de pena para restritiva de direitos em crime de tráfico de drogas


A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu nesta terça-feira (9) Habeas Corpus (HC) 102678, para restabelecer pena restritiva de direitos que substituiu uma condenação de um ano e oito meses de reclusão por tráfico de drogas (caput do artigo 33 da Lei 11.343/06). No caso, o condenado obteve a conversão de sua pena restritiva de liberdade (mais gravosa) por duas restritivas de direito. A determinação foi unânime e baseou-se em outras decisões de ministros da Corte.

Condenado pela comarca de Lavras, em Minas Gerais, a própria justiça de primeira instância fez a conversão da pena, determinando a prestação de serviços à comunidade.

O Ministério Público contestou o entendimento de primeira instância no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), que acolheu o pedido ao alegar a existência de expressa vedação legal à substituição da pena. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a mesma posição.

A vedação legal, no caso, é o artigo 44 da Lei 11.343/2006, que torna os crimes de tráfico de drogas inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedando, inclusive, a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

No Supremo, decisões individuais e da 2ª Turma têm afastado a aplicação desse dispositivo legal tanto para permitir a conversão da pena quanto para conceder liberdade provisória.

O habeas julgado nesta tarde foi apresentado pela Defensoria Pública da União, que alegou, entre outros argumentos, violação ao princípio da individualização da pena.

Participaram deste julgamento os ministros Eros Grau (relator do habeas corpus), Celso de Mello e Cezar Peluso.

Fonte: STF em 09/03/2010 (http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=121502)